VAMOS SENTIR DE PERTO A LÍNGUA EM MOVIMENTO

A fala é o foco para a percepção do balanço da língua. De todas as coisas que expressamos oralmente, somente uma ínfima parte é apreendida pelos dicionários e, acreditem, muitas estão destinadas a um obscuro repouso... é isso mesmo! ao asilo das palavras. Não adianta querer ressucitar defunto, dizendo que o latim não morreu, que está vivíssimo entre nós ou com roupagens novas. Morreu sim, e está enterradinho da Silva!Está bem, pode até ter reencarnado, mas ganhou nova identidade... e nova alma! A língua viva está em movimento, na boca do povo, como dizia o saudoso Souto Maior. Pergunto: A esse uso, chamaremos ERRO? Talvez DESVIO? No uso, ela transforma-se e podemos chamar isso de VARIAÇÃO!

domingo, 2 de outubro de 2011

LINGUAGEM DIGITAL: O COMPORTAMENTO DO USUÁRIO DA LÍNGUA EM AMBIENTES VIRTUAIS

A linguagem é um mistério que desvenda outros mistérios. Qual a sua origem? Alguma teoria há que a tenha explicado? Em tempos de inovação tecnológica, quais as implicações das redes sociais de comunicação no comportamento linguístico das pessoas? Questões como essas nos instigaram a investigar a linguagem digital e suas consequências para o estudo da língua. A inovação tecnológica instiga tais consequências. Essa linguagem que tão facilmente vem abduzindo gradativamente as gerações mais novas e seduzindo a humanidade, também vem incomodando os mais conservadores que temem uma iminente catástrofe relacionada à tradição escrita. Em busca de maiores esclarecimentos, este artigo procura expandir a discussão com esta uma preocupação da Academia: Essa linguagem inovadora é apenas uma onda passageira, sem prejuízo para a tradição escrita da língua ou aponta para uma radical mudança em que as modalidades oral e escrita da língua se unem a uma mesma causa: a comunicação? Nosso objetivo é mostrar que a mudança é uma viagem sem volta, e não haverá, independente da tempestade e da turbulência, no ciberespaço, não haverá ruído comunicativo que interrompa o pouso seguro do avião, ou seja, imposição normativa que impeça o processo evolutivo da língua configurado na linguagem digital. Para o desenvolvimento desse estudo, tomamos como apoio os pressupostos teóricos Labov (1972), autor da Teoria da Variação, cujos postulados atendem à expectativa de um estudo voltado para o processo e não somente para o resultado. A pesquisa aponta para um quadro favorável à interatividade dos usuários com interferência na modalidade escrita tradicional da língua.