VAMOS SENTIR DE PERTO A LÍNGUA EM MOVIMENTO

A fala é o foco para a percepção do balanço da língua. De todas as coisas que expressamos oralmente, somente uma ínfima parte é apreendida pelos dicionários e, acreditem, muitas estão destinadas a um obscuro repouso... é isso mesmo! ao asilo das palavras. Não adianta querer ressucitar defunto, dizendo que o latim não morreu, que está vivíssimo entre nós ou com roupagens novas. Morreu sim, e está enterradinho da Silva!Está bem, pode até ter reencarnado, mas ganhou nova identidade... e nova alma! A língua viva está em movimento, na boca do povo, como dizia o saudoso Souto Maior. Pergunto: A esse uso, chamaremos ERRO? Talvez DESVIO? No uso, ela transforma-se e podemos chamar isso de VARIAÇÃO!

sábado, 28 de março de 2020

O ÓCIO CRIATIVO: o tempo a favor das ideias


Em tempos de isolamento necessário, uma preocupação de força maior se apresenta: Até que ponto essa mudança de vida tem nos afetado? Esse mal vem afetando avassaladoramente o mundo, e, com ele, nossas expectativas, nossa paz. Por outro lado, emerge uma segunda intuição: esse mal se reverbera em um bem para nosso espírito irrequieto, por MAIS; insatisfeito com MENOS, à medida que é impelido a volver o olhar para o SER e não o TER. A natureza com isso agradece.
Não dos deixemos afetar demasiadamente pela amargura de alguns e o desespero de outros. Ouçamos o que os especialistas da medicina diz, e fiquemos atentos às notícias, mas atestando a veracidade dos fatos, antes de banalizar a informação. Somente assim, ouvindo a razão e o coração, podemos melhor nos posicionar ante a caótica situação a que estamos submetidos.
Uma palavra de sabedoria poderia nos equilibrar. Posso dizer, na minha fragilidade, uma vez que meus ombros não suportam o mundo, ao contrário do que diz o poeta ao recomendar que “andemos de mãos dadas”, que ocupemos a mente! Usemos o tempo a favor de ideias e construções. Após fazer a nossa parte, entreguemos o futuro a Deus, autor e consumador da nossa fé. Façamos isso com fé, pois sem fé, sem esperança e sem amor é impossível agradar ao Senhor, como diz a letra de um hino. Para um resultado positivo, pensamentos positivos. Descansemos, pois. Se cremos nEle, devemos descansar nEle e “nenhum mal chegará a tua tenda”, “mil cairão a teu lado e dez mil a tua esquerda, mas não serás atingido”. Nada pode afetar a nossa expectativa por dias melhores. Vai passar. Eu creio. A fé em Deus nos fortalece a olhar para o problema com serenidade. Pela fé, entendemos que Deus está no controle da vida e da morte. A Bíblia diz que a mente vazia é oficina de satanás. Use o tempo a favor das ideias. Ocupe sua mente com pensamentos de solidariedade ao próximo, buscando estratégia de como pode ajudá-lo. 

terça-feira, 24 de março de 2020

O MISTÉRIO DO NÚMERO SETE

O MISTÉRIO DO NÚMERO SETE

Solange Carlos de Carvalho

Em tempos de coronavírus, uma reflexão me impulsiona a interagir. Para alguns, uma reflexão cabalística, para outros, apocalíptica, para tantos outros, apenas uma descontração literária. Eu somente estou experienciando momentos de ócio criativo. Trata-se do mistério que envolve o número sete, o qual me atravessa e me intriga, levando-me a compartilhar curiosidades a respeito. Nasci no dia sete de maio de um ano que não interessaria a vocês. Passei no concurso da Fundação Joaquim Nabuco no sétimo lugar. Fui exonerada do Estado, após sete anos em sala de aula...era a sétima da lista...bem, pulando tantas outras situações em conexão com o Sete  – deem-me licença de usar a maiusculação, faço questão –, aluguei este mês um apartamento e, pasmem, porque eu pasmei, quando percebi que o número era sete. Esse número sete tem me acompanhado pela estrada da vida. O que significa? Não sei. No hebraico o número sete significa completude perfeição. Se representasse a limitação humana, certamente seria seis haja vista a incompletude do ser humano. Perfeito, somente Deus. Seria Deus na minha vida, atravessando-me e me constituindo com sua perfeição? Logo eu, a mais imperfeita das criaturas! O que diz a Bíblia sobre esse número? Qual a sua representatividade nas filosofias universais? Busquei informações na filosofia judaico-cristã, com a qual tenho mais familiaridade.
O livro bíblico das Revelações é todo permeado pelo simbolismo desse número. O profeta João usa-o cinquenta vezes. Nossa, por que será? Sete cartas enviadas a sete igrejas da Ásia Menor (atual Turquia), com instruções que servem para quaisquer igrejas assim constituídas em todos os tempos. Servem para nós outros que somos a própria igreja... João registra sete bem-aventuranças, sete promessas para os que saírem vitoriosos dessa existência. E os sete espíritos abordados nos capítulos 3, 4 e 5? São os “sete olhos” de Deus sobre a terra e estão diretamente relacionados ao Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade: 1. o espírito do Senhor. 2. o espírito de sabedoria. 3. o espírito de inteligência. 4. o espírito de conselho. 5.  o espírito de fortaleza. 6. o espírito de Temor. 7. o espírito de conhecimento.
Vocês estão se perguntando como eu fiquei sabendo tudo isso. É que andei lendo, nesse período de reclusão, um livro que me ajudasse na hermenêutica do Apocalipse bíblico para melhor entender os últimos dias que ainda viveremos nessa terra doente como está, em que o vírus do egoísmo anda contaminando a alma mais depressa do que o coronavírus ao corpo. Apocalipse; versículo por versículo, de Severino Pedro da Silva (1985) da CPAD,  aborda a questão dos mistérios escatológicos, revelados por meio de símbolos, de forma simples, mas sem prejuízo da profundidade que a temática requer.
Bem, os pontos de vistas futuristas, simbólicos e ecléticos devem ser todos considerados, na minha percepção, pois podemos extrair aprendizados que podem ser aplicáveis em qualquer época. Os supracitados espíritos, segundo entendimento compartilhado com o referido autor, significam o Espírito Santo operando de diversas formas. Em outras palavras, os sete espíritos de Deus são as distintas formas de agir do Espírito Santo, conforme sua perfeição, como está escrito nos livros de Hebreus e I Coríntios.
Há quem considere o livro Apocalipse uma reunião de símbolos místicos com o fim precípuo de apresentar ensinamentos espirituais e morais. Outros consideram o conflito entre o bem e o mal, com a vitória do primeiro sobre o segundo. Cabe dizer que tal pensamento não se coaduna à declaração inicial do próprio livro que afirma tratar-se dos acontecimentos futuros: “As coisas que brevemente devem acontecer”.
Encerro minha reflexão dos mistérios que envolvem o número sete e que me envolve, considerando que o controle da minha e da tua vida está nas mãos do Ser Supremo, que Era e que É, e o que tem o controle da vida e da morte, portanto, devemos entregar nossa vida a Deus e descansar nEle. Crer ou não crer, eis a questão!